quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Consumo de álcool pode estar ligado a mais mortes do que mostram estatísticas


Por 10 anos, pesquisadores analisaram declarações de óbitos em 16 cidades da região
EPTV
Uma pesquisa da USP de Ribeirão Preto mostrou que o número de mortes violentas relacionadas ao álcool é muito maior do que apontam as estatísticas oficiais.
O que o estudo comprovou é o que muita gente suspeita: o álcool pode ser a causa de muitas mortes ocorridas no trânsito. Calcula-se que metade dos acidentes tenha uma relação com o o consumo de álcool. A pesquisadora da USP Rúbia Paixão Benedicto decidiu reavaliar os dados do Ministério da Saúde.
Por 10 anos, os pesquisadores analisaram mais de 74 mil declarações de óbitos em 16 cidades da região de Ribeirão Preto. Eles queriam saber que as mortes tinham alguma relação com o consumo de álcool.
Foi quando tiveram uma surpresa: os atestados que são enviados para o Ministério da Saúde Federal revelavam várias causas, mas nada sobre álcool. Não se trata de uma omissão pelos médicos legistas, mas de uma burocracia do sistema.
Quando alguém morre, a declaração de óbito é feita em três vias: a primeira vai para o banco de dados do Governo Federal; a segunda é entregue aos familiares e a terceira, de cor rosa, fica no IML. É nela que aparece o resultado do exame de sangue coletado do morto. Ali vai constar se a pessoa consumia álcool ou mesmo droga. Mas esse resultado demora 15 dias pra sair e a informação não chega ao Governo Federal. Das declarações de óbitos analisadas, em 1.8 mil havia uma relação com álcool.
Depois do estudo, o que os pesquisadores propõem é uma mudança no sistema de informação. Eles defendem que, além do primeiro atestado, apontando a causa básica da morte, também seja acrescentada a informação sobre consumo de álcool.
Por Ronaldo Laranjeiras

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